Black Friday 2020 e o comportamento do consumidor em meio a pandemia

Foto: Pexels

A relação entre consumo e emoção nunca esteve tanto em evidência quanto na pandemia da Covid-19. Desde o primeiro momento, a população mundial teve seu comportamento de consumo alterado, como a necessidade de estocar alimentos, medicamentos e álcool em gel, por exemplo.

Às vésperas da Black Friday, considerada uma das principais datas do comércio mundial, a pergunta mais pertinente é: como o brasileiro vai se comportar no dia 27 de novembro?

Com o isolamento social, que favoreceu as comprar por impulso, houve um aumento nas vendas on-line. Em maio, o e-commerce representou 12,6% do comércio varejista. O número de novos e-shoppers cresceu mais de 40%, representando 18% dos consumidores on-line. Essa tendência deve permanecer, sobretudo porque as compras funcionaram como uma válvula de escape; uma forma de inclusão social em um contexto tão adverso.

De acordo com análise feita por Stella Kochen Susskind, especialista em relações de consumo, em uma perspectiva mais psicológica, a compra passou a ser fortemente associada ao entretenimento, à indulgência e à necessidade – não necessariamente física. O emocional ditou inúmeras compras, onde comprar virou uma forma de combater o vazio emocional; o medo. Uma possível culpa em comprar demais deu lugar ao “eu mereço”.

Após meses de isolamento social, foi possível observar casos de indulgência moderada. Na prática, essa compra passou a ser revista e ponderada sob novas formas de encarar a situação de adversidade.

E é aí que se enquadra a Black Friday 2020, que será mais sobre bons negócios do que sobre um consumismo sem reflexão. Uma pesquisa do Google mostra, por exemplo, que 52% dos brasileiros estão gastando mais tempo na pesquisa por produtos ou lojas; 52% compraram on-line em uma loja que nunca tinham comprado antes; 47% aumentaram as buscas nas categorias do varejo e 50% sentem que as prioridades mudaram, que querem viver com menos.

 Então, quando falamos em entretenimento, quer dizer que será mais planejado; em indulgência, que esse consumidor está mais aberto a experimentar produtos, serviços e formas de comprar; e, em necessidade, que ele está mais consciente de suas prioridades.

Com esse cenário, gestores de marcas, produtos e serviços devem ser norteados por motivações de consumo – destacando melhores achados, escolhas mais inteligentes e formas de visualizar o consumo consciente. Mas nada de discursos vazios, somente para conquistar o consumidor. Esse deve ser um valor a ser abraçado de verdade.

Embora haja, sempre, o objetivo do consumidor de se deparar com descontos arrasadores, a tendência é de que os brasileiros separem as oportunidades dos oportunistas. Os consumidores estão muito mais atentos – há alguns anos – e, neste momento, bastante sensíveis a esse ponto.

O levantamento mostra, ainda, que há uma tendência, no varejo on-line, por compra de celulares, linha branca, linha marrom, games e acessórios, informática, pequenos eletrodomésticos, esporte e lazer para a casa. Haverá uma maior diversidade na forma de comprar, ou seja, consumidores comprando tanto on-line quanto no varejo físico. Nesse último caso, Susskind indica que os varejistas devem criar formas para que essa compra seja rápida e que passe toda a segurança sanitária necessária.

É importante entender que as pessoas agora passam muito tempo em casa, sentindo a necessidade de criar um ambiente seguro – um contraponto à situação atual – portanto, cabem às marcas trazer esse prazer, esse gosto novo, esse momento que encanta e nos dá esperança.

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